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BRINCAR INTERGERACIONAL


Por Volney Paulo Guaranha


Quando foi a última vez que você brincou? Se você respondeu que foi na última terça-feira juntamente com seus alunos, está de brincadeira né!. Esse seria um momento de trabalho onde faz parte de suas habilidade e competências esta interação, afinal quando você aceitou exercer esta profissão sabia dos deveres e obrigações. Agora se você falou que foi quando chegou em casa, cansado do serviço, abriu a porta de entrada, tirou seus pisantes e foi brincar com quem lhe aguardava na sala de braços aberto, esse texto é para você. Estou falando de brincadeira em nível de interação entre pessoas da própria família ou não necessariamente familiares.


O brincar intergeracional está relacionado a interações em forma de entretenimento a diferentes faixas etárias que compõe o jogo. Não importa condições econômicas, sociais e culturais e sim como as pessoas de diferentes anos de vida, se relacionam com uma dinâmica qualquer. Estamos na era da tecnologia, e as pessoas estão cada vez mais desconectadas presencialmente e isto pode gerar conflitos. Vivemos um momento em que várias gerações convivem ao mesmo tempo e no mesmo ambiente. Para nós facilitadores de jogos, como fazer com que estas gerações busquem um envolvimento e uma conexão por meio de jogos, isto é, como praticar o ato de jogar. Entendemos que a cada dia temos menos espaços para essa interação. O que antigamente haviam com mais quantidade as ruas de lazer, hoje temos menos quintais.


Dentro da Sociologia há estudos que nos revela uma nomenclatura quanto ao comportamento das gerações. Já que estamos falando da era da informação há outro estudo que menciona às transformações tecnológicas e a sua influência no comportamento, atribuindo um determinado perfil comum a um grupo, que os define aproximadamente aos tempos de nascimento e os diferencia como: Tradicionais antes da década de 40; Baby Boomer entre os anos de 40 a 60; Geração X dos 60 aos anos 80; Geração Y fim dos anos 80 até os anos 90; Geração Z já nos anos 2000 e por fim Geração Alpha ou popularmente conhecida também como Geração Nutella a partir dos anos 2010.


Para tanto compreendemos que essas trocas de experiência precisa-se levar em conta que os mais jovens precisa dos alguns comportamentos do mais velhos, como por exemplo, a sabedoria e conhecimento, a maturidade, o bons exemplos e conselhos, a experiência e vivência. Em contrapartida os mais velhos precisam também exercer e acompanhar a energia, rapidez na informação, criatividade, visão de mundo, capacidade de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e motivação que os mais jovens têm para oferecer.


Para o professor Vitor da Fonseca, o jogo é uma oportunidade de transmissão cultural intergeracional, não se deve confinar apenas a uma atividade autoiniciada pela criança na medida em que os adultos devem saber aproveita-lo para expandir o seu potencial de aprendizagem.


Não estou falando de jogos antigos onde nossos ancestrais já brincavam e sim de jogos atuais que devem estar no contexto na atualidade. Claro que brincar de pular corda, mãe da rua, amarelinha entre outros jogos que fazem parte cultural de um povo e é passado de geração em geração apresentam um ganho e aproximação impactante na relação dos jogos geracionais, mas não podemos esquecer que a internet também possui um repertório de jogos online em que os adultos precisam acompanhar essa velocidade virtual. Assim como num casamento ambos parceiros precisam ceder quando vão morar juntos, nos jogos geracionais também há a necessidade de que um jogador ceda ao ritmo de vida e entenda qual o seu momento de geração vivida por ele, sem que haja um conflito entre os jogadores.


Inúmeras opções de atividades existem no mercado para que tenha este prática de jogos. Basta você usar o seu tempo, condicionando para que seja mais frequente essa relação entre gerações diferentes.


Despeço-me com uma reflexão do escritor irlandês Oscar Wide que diz assim: “Não quero adultos chatos, quero os metade infância e outra metade velhice. Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa”.


SUGESTÃO DE ATIVIDADES

QUE MÊS? Recursos materiais: não há Desenvolvimento: Forma-se uma fila lateral, todos sentados. Dois brincantes de qualquer idade se afastam do grupo e combinam um mês do ano em comum acordo. A próxima etapa é cada um deles escolher alguma coisa que quer do mundo, por exemplo, carro importado; roupa de marca; um beijo de alguém famoso; uma viagem para a praia; a paz mundial; que não haja crianças nas ruas pedindo esmola, enfim o que quiserem pedir. Nota-se que cada um deve escolher algo diferente. Volta ao grupo sentado e vai perguntando aos colegas Que mês? Assim que alguém adivinhar o mês escolhido, a dupla perguntará para quem acertou o que ela quer do mundo, dentro de duas opções. A opção que ela mencionar corresponderá à pessoa que escolheu este desejo reiniciando a brincadeira. Exemplificando: Fulano escolheu uma bola verde limão e Ciclano escolheu um estojo de careta. Quando o brincante acertar o mês, ele irá decidir se quer o estojo ou a bola. Se ele escolher o estojo reinicia a atividade com o Ciclano e o Fulano senta no lugar de quem acertou o mês.


PALITINHOS / PORRINHA / PURRINHA Recursos Materiais: palitinhos de dente ou qualquer objeto que consiga esconder nas mãos. Desenvolvimento: Joga-se em duplas. Cada dupla pega um palito de dente e quebra em três partes. É um jogo onde envolve a matemática e probabilidades de somar. Cada brincante terá três palitos na mão a ser jogado. Cada um dos brincantes irá esconder a mão e escolher com quantos palitos quer jogar na rodada. Após ter escolhido a quantidade de palitos que quer jogar, ele irá colocar a sua frente a mão com estes palitos, aguardando o colega fazer o mesmo procedimento. Dá inicio ao duelo. Cada um irá dar um palpite de quantos palitos estão escondidos nas duas mãos. Perceba há 6 palitos em jogo. Não será permitido repetir o numero de palpite. Cada um deverá dar um palpite diferente do oponente. Vence a rodada aquele que acertar o numero exato de palitos entre as duas mãos. O brincante que vencer a rodada elimina um palito de sua mão ficando no máximo de 5 palitos em jogo. Quando todos os três palitos forem eliminados é decretado o campeão do jogo. Pode-se jogar com mais de duas pessoas este jogo, aumentando o numero de palitos em jogo.


QUEM SOU EU? Recursos Materiais: Pedaços de cartões de cartolina, canetinha hidrocor, fita adesiva Desenvolvimento: Posicionar todos em roda. O facilitador deverá pegar um pedaço de cartão e colar nas costas de cada brincante. Este cartão já deve estar preparado previamente com temas diversificados. Exemplo: nomes de celebridades; artistas nacionais ou internacionais; cantores; jogadores de futebol; animais; países; personagem de desenhos animados; entre outros. Caso não tenha feito estes cartões anteriormente, pode confecciona-los juntamente com os brincantes. Cada um deverá escrever alguma coisa de acordo com o tema escolhido pelo facilitador e colar nas costas de seu colega a direita. A ideia é fazer com que os brincantes descubram qual é a celebridade oculta que está em suas costas, através de perguntas onde o colega só poderá responder se Sim ou Não. Exemplo: Moro no Brasil? Sou da televisão? Canto sertanejo? Já joguei na seleção? Sou mulher? Sou loiro? Tenho patas? Neste momento os brincantes não estarão mais em roda e deverão explorar o espaço, fazendo uma pergunta para cada colega até descobrir o que está escrito em seu cartão. Não há um vencedor por que atividade não pode ser corrida. Todos deverão chegar na resposta, onde a curiosidade será bem mais evidenciada do que a competição. Assim que o brincante achar o tema oculto, este deverá ajudar os demais na dinâmica.


SOBRE O AUTOR

Possui Especialização em lazer e animação sociocultural (SENAC/SP). MBA em Marketing e Vendas (UNIDERP). MBA em Liderança e Coaching na Gestão de Pessoas (UNIDERP). Graduação em Turismo (UNICID). Graduação em Licenciatura em Educação Física (FIG). CREF: 008838/SP. Guia de turismo Nacional e América do Sul. Autor dos livros "Recriação em ônibus para passeios pedagógicos" e "Recriação aqui e acolá" publicados pela editora Baraúna. Co-autor do Livro Lazer e Recreação: conceitos e práticas culturais pela editora Wak e Co-autor do livro Formação Prática em Brincadeiras e Jogos pela editora Supimpa. Atualmente é professor - Colégio Guimarães Barbosa. Professor da Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo) na faculdade da Idade Ativa.

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